20.8.06

hífen

hoje eu acordei às duas, duas-e-meia com uma voz gostosa de um amigo-que-não-vi-nunca-mais, e ele me chamava pra ir comer sarapatel-feijoada-rabada-baião, eu tinha recém-aberto os olhos e tinha na garganta-boca-cabeça-peito umas bolas de coisas incompreensíveis, e resolvi-que-não, que ia passar o dia fazendo o que tinha que fazer:

jogar papéis-latas-urucas fora
passar um paninho-vassourinha
falar com um-e-outro
arrumar aquelas roupas-sapatos todos jogados
ver se aquele fitoterápico-algo-que-o-valha é bom mesmo pra tpm
baixar uns chicos-caetanos da rede

mas a certa hora, eu não tinha meu sono-fuga, e as urucas-bacas continuaram e então comecei a pensar:

estou só-só.

preciso de alguém. amigo-amor-família-cachorro.

(mas eu falei com alguns. e minha voz parecia ser de outra pessoa, parecia eu encarnando num corpo desconhecido. e quando eu andei pela rua também senti isso. e quando, pela primeira-vez-no-dia falei com alguém pessoalmente, soltei os cachorros-a família-as eleições-a solidão-o corpo-a pobreza-a soberba-a indignação-o medo-a angústia em cima dele, dizendo que eu-quero-o-gerente. e saí com lágrimas-nas-mãos).


daí, eu percebi que o momento era mesmo de me-myself-and-I.

pode ser o começo-da-saída.

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

oi fernanda -
aqui é paula, amiga da dri, nos conhecemos ontem na dida, sim? gostei do seu texto. identifiquei-me, pois também moro só, ó...
inté!
paula.

23:15  
Anonymous Anônimo said...

Amo você, Fernanda!

00:18  
Anonymous Anônimo said...

ma-ra-vi-lho-so
amei....nao pude deixar de comentar

23:50  
Anonymous Anônimo said...

Sabido e constatado.

12:40  

Postar um comentário

<< Home